quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Catástrofes naturais provocam novas tragédias na Indonésia

A Indonésia vive nesta terça-feira (26) um dia de desastres naturais, com um tsunami, enchentes e a erupção de um vulcão em diferentes partes do arquipélago.

Até agora 13 pessoas morreram, entre eles um bebê, vítimas do vulcão Merapi na ilha de Java, que já deixou outras 13 pessoas feridas. A erupção ocorreu no mesmo dia em que o país foi atingido por outras duas tragédias: um terremoto de 7,5 graus de intensidade e um tsunami, que atingiram a ilhas próximas a Sumatra.

Mais de cem morreram após a onda gigante. Até o momento, não há registro de brasileiros na região, segundo o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores).

Já a explosão do vulcão Merapi, com 2.914 m de atitude, ocorreu no amanhecer desta terça, provocando cenas de pânico na encosta muito habitada. Autoridades ordenaram a retirada das 40 mil pessoas que viviam ao redor da cratera, para estabelecer um raio de segurança de 10 km.

O vulcão, que fica a 26 km da cidade de Yogyakarta, é o que apresenta maior movimento dos 69 vulcões em atividade na Indonésia. A última erupção aconteceu em junho de 2006, deixando dois mortos.

País também é atingido por terremoto

No mesmo dia em que o vulcão Merapi entrou em erupção na ilha de Java, a vizinha ilha de Sumatra foi sacudida por um forte terremoto de 7,7 graus de intensidade, que provocou um tsunami, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Segundo a rede americana CNN e fontes do Ministério da Saúde local, pelo menos 112 pessoas morreram e mais de 500 são consideradas desaparecidas após a chegada das ondas gigantes.

Segundo o jornal Jakarta Post, centenas de casas foram arrasadas nos vilarejos de Pagai e Silabu, que ficam nas ilhas Mentawai.

O chefe da Equipe de Resposta a Desastres do Ministério da Saúde, Mudjiarto, disse que, na ilha de Pagai do Sul, as ondas avançaram até 600 m sobre a terra, atingindo os telhados das casas.

O parlamentar regional Hendri Dori Satoko disse à agência de notícias Reuters que a maior parte das construções na vila costeira de Betu Monga foi destruída. Segundo ele, das 200 pessoas que vivem no vilarejo, apenas 40 haviam sido encontradas. Outras 160 estavam desaparecidas, a maior parte mulheres e crianças.

- Nós temos pessoas relatando ao posto de segurança aqui que não puderam segurar suas crianças, que elas foram levadas embora [pela água]. Tem muita gente chorando.

Na Província de Banten, fortes chuvas inundam cidades
como Tangerang. Especialistas disseram que o tempo chuvos, que ocorre durante a estação normalmente seca no país, deve continuar nas próximas semanas. Essas mesmas chuvas fora de época mataram 56 pessoas na vizinha Tailândia. [...]

Fonte: R7 - via Diário da Profecia.

Nota: Infelizmente isso é resultado principalmente de uma alta concentração populacional em uma região altamente ativa tectonicamente, o chamado círculo ou anel de fogo do Pacífico (veja mapa abaixo). Oro a Deus para que conforte o coração das pessoas que perderam entes queridos ou conhecidos, assim como ajude os cristãos fundamentados na pura Palavra de Deus a mostrar para o povo do Oriente que só existe esperança de um mundo sem mais terremotos, tsumanis, vulcanismos e outros fenômenos que causam a morte e o sofrimento de milhares ou milhões de pessoas todos os anos quando Jesus Cristo voltar, para resgatar os que creram e creem nEle como seu Salvador pessoal, o mesmo Deus que é o Criador da Terra e da vida estabelecida sobre ela, assim como será o futuro Restaurador deste planeta que hoje está assim por causa das consequência do pecado. A quem tiver dúvidas sobre por que Deus permite o sofrimento nesta Terra, recomendo o livro Por que, Senhor?, escrito por José Pereira. Devo dizer também que estas catástrofes são parte do cumprimento profético bíblico para o fim dos tempos (veja, por exemplo, Mateus 24:7). [ALM]

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Avaliação de estágio em Geografia

[Segue abaixo a avaliação que minha professora supervisora fez do estágio em Geografia desenvolvido por mim e pelo meu colega Cleber, conforme solicitado pelo meu professor orientador e repassado a nós]

Olá professor Claudivan

Foi um prazer receber seus estagiários na minha turma da 7ª F do Colégio Estadual João de Faria Pioli e quando precisar novamente estarei à sua disposição. Grande abraço. Estou retornando para fazer a avaliação dos estagiários André e Cleber.

Quando assumi a turma no 2º semestre de 2010 eles já estavam atuando na turma, mas pude acompanhar o estágio durante todo o 3º bimestre. Eles se mostraram sempre prestativos, tendo muita tolerância com a turma, que no geral é bem falante, com alguns alunos apresentando indisciplina e falta de interesse em fazer as atividades propostas. Farei uma breve avaliação dos seguintes aspectos:

1. Compomisso: se mostraram responsáveis em todas as aulas sempre com um planejamento em mãos e assumindo a turma mesmo antes da minha chegada em sala de aula como se a turma fosse deles, com muita iniciativa e disposição.

2. Pontualidade: Sempre chegando e saindo no horário previsto sem atrasos e assumindo a turma com muita responsabilidade.

3. Assiduidade: Nenhuma falta nem mesmo na semana da Geografia, onde deixaram de participar dos mini cursos na UEM no período da tarde para fazerem a sua regência no Colégio.

4. Organização e planejamento das aulas: sempre com as aulas planejadas e fazendo uso da TV Multimídia e mapas diversos. Quando sentiam a necessidade e de acordo com orientações do professor ou minhas, retomavam os conteúdos ou informações que tinham ficado com algumas dúvidas.

5. Organização do material didático: utilizaram bem o livro didático do aluno, sempre fazendo uso também de textos complementares através de sínteses, de imagens e de mapas projetados pela TV Multimídia para motivar e despertar a ateção e participação dos alunos.

6. Domínio do conteúdo e questões relacionadas à relação professor-aluno: demonstraram um bom relacionamento com os alunos, dando muita atenção aos questionamentos feitos pelos mesmos e também souberam lidar com as brincadeiras sem graça de alguns.

Para finalizar, gostaria de dizer que eles ainda estão empenhados em conseguir a visita para os alunos na Cocamar e, apesar dos obstáculos, não desistiram, sendo persistentes nos seus objetivos.

Foram muito atenciosos e me trataram com muito respeito, aceitando minhas colocações e sugestões para o encaminhamento de suas aulas, principalmente com relação ao tipo de avaliação e de como despertar o interesse, a participação e a organização da turma.

Tiveram um ótimo desempenho e não se deixaram abater pelos obstáculos encontrados. Estão de parabéns.

Atenciosamente,

Tereza Aparecida da Silva

Nota: Agradecemos à professora Tereza pela boa avaliação de nosso estágio; assim como agradecemos à turma da 7ª F de 2010 do Pioli por nos receber e colaborar; ao professor Claudivan pela imprescindível orientação; a todos aqueles que contribuíram de uma forma ou de outra com o nosso estágio; mas em especial, agradecemos ao Criador dos céus e da Terra pela oportunidade, pela vida, saúde e entendimento que nos dá a cada dia. Louvado seja o Senhor![ALM]

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A palavra "terra" em Gênesis 1:1

Niels-Erik Andreasen - professor de Antigo Testamento na Universidade de Loma Linda, Califórnia, U.S.A.

Afirma Gênesis 1:1 que tanto a vida como a matéria inorgânica foram criadas simultaneamente, ou que, embora a vida seja bastante recente, a matéria inorgânica poderia ter existido muito tempo antes da semana da criação? O autor examina as dificuldades envolvidas na tradução da palavra terra a partir do texto hebraico.

A frase inicial do Velho Testamento é bela em sua simplicidade - “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Até mesmo uma criança pode entendê-la, mas apesar disso cada uma das palavras dessa frase tem sido objeto de interpretação discordante (1). A palavra “terra”, ora em discussão, não constitui exceção. A questão consiste em saber se ela se refere:

a - À matéria que fisicamente compõe a terra (2),
b - Ao planeta Terra como parte do sistema solar (3), ou
c - À terra no sentido do solo sobre o qual a vida pode existir (4).

Abordaremos a questão de forma sucinta, analisando quatro problemas. Primeiro, examinaremos o significado e o uso da palavra “terra” (em Hebraico ‘erets). Em segundo lugar, consideraremos a palavra no contexto de Gênesis 1:1. Em terceiro lugar, examinaremos o problema de Gênesis 1:2. Finalmente, procuraremos verificar qual é a concepção bíblica do mundo físico que este versículo exprime.

A Palavra “terra”

A palavra hebraica da qual nossa palavra portuguesa “terra” é traduzida em Gênesis 1:1 (“No princípio criou Deus os céus e a terra”) é ‘erets, entendida de maneira geral como terra no sentido de solo, mundo, ou algo semelhante. Poderemos ser mais específicos quanto ao seu significado? Para responder uma questão como esta, o intérprete comumente começa a procurar o significado da raíz da palavra, examinando-a no seu contexto geográfico, no caso, o Oriente Próximo.

A palavra egípcia mais comum para “terra”, no sentido de mundo ou terreno, tem vários significados, abrangendo desde “mundo”, “poeira”, “sujeira”, e “solo”, até “terreno”, “nação”, e “país”(5). Ela ocorre também com a palavra que designa “céu”, formando assim um par de palavras que indica o cosmos deificado. Infelizmente não é possível determinar qual dos significados é o original (6).

A língua acádica da antiga Mesopotâmia empregava diversas palavras para “terra”, das quais uma, eresetu, claramente se relaciona com o hebraico ‘erets (7). Ela é usada em conjunto com a palavra samu (“céu”) para formar a dupla usual “céu e terra” significando o mundo todo, ou mesmo o universo. De maneira bastante interessante ela também se refere ao mundo inferior, a terra da qual não há retorno, e menos freqüentemente à terra ou território de um governador. Finalmente, ela significa “solo”, a matéria que pode ser arada, encharcada de sangue, e usada para sepultura.

Os dialetos semíticos de Canaan e da Fenícia relacionam-se intimamente com a língua hebraica. Em ugarítico ‘rs significa “terra” (8), e novamente se coloca em antítese a céu e núvens, indicando a esfera da vida humana. Em diversas ocasiões esta palavra especifica o chão sobre o qual se cai, sobre o qual chove, e do qual procedem as colheitas (9). Finalmente, a palavra aparece na inscrição de Mesa (a Pedra Moabita) significando “terra” (“Chemosh está irado com a sua terra”) (10).

Estas ilustrações poderiam multiplicar-se, sem que o quadro final se alterasse significativamente - a palavra “terra”, relacionada com o hebraico ‘erets, era usada comumente no Oriente Próximo com os significados de “mundo”, “solo” e “terra”. Somente o contexto indicará se a referência é feita ao mundo todo (que chamamos de “planeta”), à superfície do planeta, na qual se manifesta a vida, ou a uma porção de terreno nessa superfície.
O hebraico ‘erets (“terra”) ocorre mais de 2500 vezes em hebraico (ou aramaico) no Velho Testamento. O exame de todas essas passagens, ou mesmo de uma boa parte delas, foge ao escopo deste ensaio. Não obstante, mesmo uma olhadela rápida mostrará que o seu significado varia no Velho Testamento da mesma forma que fora dele, e que ela inclui a idéia de “planeta terra”, “superfície da terra”, e “porção de terra”.

Desta forma, ‘erets refere-se a toda a terra (ou ao planeta, como diríamos), por exemplo em expressões tais como “o Deus do céu e da terra” (Gênesis 24:3), “Criador dos céus e da terra” (Gênesis 14:19, 22, traduzido na versão Almeida nova como “Deus altíssimo que possui os céus e a terra” ), e “o céu é Meu trono e a terra o estrado de Meus pés” (Isaias 66:1). Isto não significa que a terra sempre tenha sido entendida como sendo uma esfera, como hoje. Da mesma forma, ela é descrita (poeticamente) como tendo quatro cantos (Isaias 11:12, na versão Almeida nova “quatro confins da terra”) e extremidades ou fins (Isaias 40:28). É dito também que ela tem um centro, literalmente um umbigo (Ezequiel 38:12), e que ela pode tremer e abalar-se (Salmo 18:7), e cambalear como um bêbedo (Isaias 24:19 e versos seguintes).

Em segundo lugar, além da divisão do mundo em duas partes, o céu e a terra (planeta), aparece também na Bíblia uma divisão em três partes. O céu está acima, a terra abaixo, e entre eles a porção de terra seca (Êxodo 20:4, Salmo 135:6). Nestes casos ‘erets (“terra”) refere-se somente à superfície seca, ou a terra onde vivem os seres (“terra dos viventes” - Salmo 52:5; Isaias 38:11). Na realidade ela provê também a sepultura para os mortos (Isaias 26:19 - “a terra dará à luz os seus mortos”; Ezequiel 31:14 - “... estão entregues à morte, e se abismarão às profundezas da terra, no meio dos filhos dos homens, com os que descem à cova”). Além disso, o pó e a cinza fazem parte dela, bem como as regiões desérticas (Deuteronômio 28:23-24 - “a terra debaixo de ti ... pó e cinza”; 32:10 - “terra deserta”; Salmo 107:34 - “deserto salgado”; Jeremias 2:6 - “terra de ermos ... e sequidão”). Desta forma, não só a superfície da terra que mantém a vida, mas várias partes específicas suas são indicadas pela palavra ‘erets. Uma pessoa pode ser encravada nela (I Samuel 26:8 - “encravá-lp com a lança ao chão”), e o sangue pode ser nela derramado (I Samuel 26:20 - “não se derrame o meu sangue longe desta terra”). Neste ponto ‘erets recebe uma acepção afim à de ‘adama (“chão”, “solo”, “terra”) (11), sendo porém precipuamente o chão sobre o qual pode se manifestar a vida (Gênesis 1:11 e seguintes - “...produza a terra relva ... ervas que dêem semente ... e árvores ...”; 27:28 - “Deus te dê da exuberância da terra...”; Deuteronômio 1:25 - “tomaram do fruto da terra ... É terra boa que nos dá o Senhor...”).

Finalmente, ‘erets significa “terra” no sentido de um território delimitado. Encontramos assim “a terra do norte” (Jeremias 3:18), a “terra da campina” (Jeremias 48:21), a “terra de teus pais” (Gênesis 31:3), a “terra do seu cativeiro” (I Reis 8:47), a “terra dos Cananeus” (Êxodo 13:5), a “terra de Israel” (I Samuel 13:19), a “terra de Benjamim” (Jeremias 1:1), e a “terra do Senhor” (Oséias 9:3).

Permanecemos assim ainda sem uma definição clara do termo. Terra, chão seco, solo, terreno ou território, todas estas palavras são traduções adequadas e comuns da palavra ‘erets do Velho Testamento. Somente o contexto pode nos guiar para a escolha de uma tradução adequada.

Terra no contexto de Gênesis 1:1

Uma pesquisa contextual é difícil de ser considerada em um espaço tão limitado, pois o contexto de um versículo ou de uma palavra pode bem ser comparado com as ondas concêntricas produzidas por uma pedra atirada em um lago. O problema se estende cada vez mais à medida que nos aprofundamos nele. Conseqüentemente, podemos tão somente fazer observações sucintas.

O contexto imediato encontramos no próprio versículo 1, especialmente na expressão “os céus e a terra”(12). É esta uma expressão familiar (13) que em geral é tomada como referindo-se a tudo - o mundo todo - com base em que os céus e a terra constituem os limites extremos de tudo que entre eles existe, isto é, o mundo todo (14). Na realidade poder-se-ia também ler a expressão como fazendo referência aos locais de habitação de Deus e dos homens, ou os seus âmbitos respectivos (Eclesiastes 5:2 - “Deus está nos céus e tu na terra”). Neste caso, a abóboda celeste e a superfície da terra exprimiriam o sentido desejado. Entretanto, no contexto da Criação divina, existe no Velho Testamento algum apoio para entendermos esses termos como se referindo mais à totalidade (de todas as coisas) do que à especificação daqueles âmbitos respectivos (Salmo 136:1-9, Isaias 40:21-23 e 45:11 e versículos seguintes).

A tradução toda de Gênesis 1:1 é deveras difícil, como recentes traduções da Bíblia deixam claro (15). Não há como aprofundarmos esse assunto aqui, a não ser dizermos que o versículo 1 provavelmente é uma introdução geral a todo o relato da Criação (Gênesis 1:1 - “No princípio criou Deus os céus e a terra”; 2:4 - “ Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o Senhor Deus os criou”) (16), e deveria ser traduzido como “no princípio criou Deus os céus e a terra”. Céu e terra, então, é tudo o que vem em seguida no relato, a partir do primeiro ato de Deus - a criação da luz (versículo 3). Subseqüentemente, o segundo dia testemunha a formação do céu (versículo 8), e o terceiro dia fala do aparecimento da terra (versículo 10), seguidos da criação de seus respectivos conteúdos (do versículo 11 até 2:1).

A terra emergente (versículo 9), yabassa (“porção seca”) é chamada de ‘erets (“terra”) em oposição às águas que são chamadas de mares. Isso nos poderia levar a simplesmente identificar ‘erets como a terra firme física (solo, rochas, etc.), não fosse o fato de que a palavra ‘erets (“terra”) é também usada no versículo 2 para descrever aquilo que ainda não havia sido separado em terra seca e mar. Conseqüentemente, podem alguns concluir que ‘erets (“terra”) no capítulo inicial da Bíblia apresenta pelo menos dois significados distintos. Obviamente ela se refere à terra seca (versículo 10), mas também àquilo sem forma e vazio que a precedeu (versículo 2).

Parece claro que o primeiro desses dois significados, “terra seca”, é dominante no resto do capítulo (versículos 11, 12, 20, 22, 24, 26, 29, 30). Em um caso (versículo 25 - “... répteis da terra”), a terra (‘erets) é identificada especificamente com o solo (‘adama), como para ressaltar esse ponto. Entretanto, em alguns outros lugares pode ser preferível um entendimento mais global para ‘erets. Assim, os versículos 14 a 19 falam do sol, da lua e das estrelas e sua relação com a terra. São eles colocados no firmamento não somente para dar luz, mas também para medir estações (festivais), dias e anos. Pareceria que o sistema solar e os seus movimentos (como então concebidos) estão aí em consideração. Gênesis 2:1-4, de igual modo, fala dos céus e da terra e seus exércitos, indicando presumivelmente todo o sistema, e assim completando o relato iniciado no versículo 1 (17).

Podemos assim tirar as seguintes conclusões preliminares. Em geral a palavra ‘erets (“terra”) em Gênesis 1:1 a 2:4 refere-se à terra seca, em contraposição ao ar e ao mar, na qual podem viver o homem, as plantas e os animais. Em outras palavras, ‘erets significa a superfície da terra. Em segundo lugar, o relato também implica que esta terra é parte de um sistema maior, que inclui o sol, a lua e as estrelas (18), e portanto tem um significado mais amplo do que meramente o chão seco sobre o qual pisamos. Ela constitui, também, pelo menos uma região, algo que caracterizamos pelo adjetivo “terrestre”. Desta forma ela inclui o mar para os peixes e o ar para as aves, ambos criados juntamente no quinto dia, antes dos animais terrestres. Em terceiro lugar, na expressão “céu e terra”, ‘erets é parte de um todo que abrange tudo que Deus criou, desde o âmbito terrestre até o celeste. Portanto aqui ‘erets é menos significativo para nossas indagações, pois não se relaciona nem com a matéria nem com o território terrestre, mas simplesmente com a extremidade inferior do espectro que descreve toda a Criação divina. Portanto, ao indagarmos o que é o céu e a terra que Deus criou, no relato de Gênesis 1:1 provavelmente a resposta seria que é tudo que se segue em Gênesis 1:2 a 2:4, dando-se, porém, especial atenção à superfície frutífera que pode sustentar e manter a vida.

O problema de Gênesis 1:2

Isto nos deixa com o espinhoso problema de Gênesis 1:2 (“A terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas”), um versículo que freqüentemente é usado para descrever a condição da terra em seu estado primordial. Porém, o que significa a palavra “terra” aqui? O globo, a matéria física, ou o solo coberto pela água? Poderemos, de alguma maneira, penetrar o véu que vela a obra criativa de Deus, e saber como Ele operou realmente no início? Algumas propostas têm sido consideradas, nesse propósito:

1) O versículo descreve a existência da terra no intervalo entre a criação original da matéria e a criação da vida. A “terra” ou deveria ser vista como a matéria prima a ser modelada para dar origem a uma terra organizada (19), ou, de acordo com a chamada hipótese da restituição (20), descreveria um mundo caído de sua glória anterior, à semelhança de Lúcifer (versículo 1).

2) O versículo descreve a primeira obra criadora de Deus, uma terra escura e aquosa, no primeiro dia da semana da criação. Este ponto de vista pode trazer alguma dúvida sobre a seqüência das obras de Deus na criação, começando com a luz e terminando com o homem, e poderia levar à sugestão impossível de que o primeiro ato criativo de Deus não tivesse sido bom (21). Young, entretanto, argumentou que essa primeira terra, criada por Deus, era de fato boa, embora ainda não apropriada para a vida (22). ‘Erets, aqui, teria sentidos diferentes nos versículos 2 e 10. O último versículo indicaria um desenvolvimento posterior ao do primeiro.

3) O versículo descreve um caos que permanece não muito antes da criação, em oposição à criação, exprimindo uma sempre presente ameaçadora possibilidade de julgamento divino (23). Aqui, então, a “terra” do versículo 2 é a mesma “terra” do versículo 10, como seria ou deveria ser sem o poder criativo de Deus.

4) O versículo descreve a terra antes da criação, e a caracteriza como sendo um “nada”, isto é, como nada mais do que uma condição na qual a criação da terra poderia ocorrer. De acordo com esta sugestão, bastante comum, ‘erets (“terra”) no versículo 2 não apresenta, em absoluto, qualquer significado especial (da mesma maneira que um aposento vazio não apresenta conteúdo) (24). Aqui, o versículo 2 reitera o tema do versículo 1, porém em um sentido negativo, isto é, que Deus criou tudo no princípio.

Isto significa que ‘erets (“terra”) no versículo 2 não nos ajuda muito para a solução de nosso problema, a menos que, de fato, aceitemos um hiato entre os versículos 1 e 2, de tal forma que o versículo 1 se torne uma cláusula temporal e o versículo 2 uma descrição da matéria pre-existente, o que, entretanto, se contrapõe a alguns estudos cuidadosos que têm sido feitos sobre o problema (25). Alternativamente, o versículo 2 não contribui para a descrição de uma terra criada, a menos que aceitemos o ponto de vista de Young, o que, entretanto, acarreta sérias dificuldades, em particular que a criação divina da terra sugerida no versículo 2 não segue o esquema das outras obras de Deus na criação. Assim, se eliminarmos as proposições 1 e 2, ficamos com as proposições 3 e 4, nenhuma das quais traz qualquer outra contribuição para o nosso conceito da terra primordial a não ser que Deus a tenha criado.

Conseqüentemente, somos de novo levados a Gênesis 1:1, que anuncia de forma sucinta que Deus criou os céus e a terra, seguindo-se uma descrição deste evento. Parece que a terra (‘erets) seria a terra seca sobre a qual pode existir a vida, embora se reconheça que ela faça parte de um sistema mais amplo (sol, lua, estrelas) que provê luz e comanda as estações em seu ciclo.

A terra no pensamento bíblico (26)

Disto resulta uma última questão. Que conclusões podemos tirar das considerações anteriores com relação às perguntas de ordem geofísica que fizemos no início? Gênesis 1:1 refere-se à criação da matéria que fisicamente compõe a terra, ao planeta terra, ou ao solo da superfície da terra? Para responder essa questão devemos primeiramente investigar o sentido da palavra “terra”. Verificamos que geralmente esta palavra significa chão (certamente em Gênesis, do capítulo 1 ao capítulo 2, versículo 4), embora tenhamos de estar alertardos para o fato de que algo mais além do solo esteja associado a ela (versículos 14-19). Entretanto, ao apresentarmos nossas questões contemporâneas perante o texto bíblico, deveríamos também investigar se o próprio texto permite a aceitação das distinções que fazemos, e das nossas razões para fazê-las.

Por exemplo, fazemos distinção entre terra e o planeta terra porque a ciência atual tem-nos apresentado uma cronologia de bilhões de anos para o planeta, enquanto que o texto bíblico apresenta uma cronologia curta para a terra. Entretanto, não existem evidências de que o texto bíblico tivesse manifestado qualquer preocupação com relação a esse tipo de problema. Pelo contrário, o texto bíblico só faz distinção entre terra, entendida como chão ou terra seca, e mundo, no sentido de planeta, porque o primeiro significado tem a ver com o âmbito da vida humana e seu domínio, enquanto que o segundo tem a ver com o âmbito mais amplo das obras de Deus. Assim, Deus criou os céus e a terra (o mundo todo), enquanto que a terra (terra seca) foi feita para a vida e a humanidade. A distinção baseia-se numa perspectiva de função, e não de cronologia, e conseqüentemente não se pode esperar qualquer distinção temporal explícita entre ambas, o que na realidade não existe.

O melhor que podemos afirmar com relação à criação da terra em Gênesis 1:1 é que ela tem que ver com nosso mundo, a terra, e que ela envolve o sistema ecológico no qual vivemos. Muito mais precisaria ser dito sobre questões geofísicas levantadas em nossa época, porém a Bíblia em geral silencia a seu respeito.

Assim, nossa conclusão de que a palavra ‘erets (“terra”) refere-se precipuamente à superfície seca de nosso planeta e à vida nela existente, não permite concluirmos que Gênesis 1 retrate um segundo estágio de uma criação em dois estágios, primeiro a matéria do planeta, e depois a terra, com um intervalo de tempo intercalado. Permite, sim, fazer uma distinção de perspectiva entre o mundo, como sistema céu e terra, e a terra como a porção de terra seca, com seu solo e sua vida. Qualquer distinção temporal entre ambas as acepções correrá por nossa conta, e não com o apoio do texto bíblico.

Não é desprovido de significado, aparentemente, que a Bíblia e o relato da criação iniciam-se com a simples palavra bere’shit, significando “no princípio” (e não com a palavra “Deus”, como se poderia pensar). Conclui-se que a Bíblia nos indica que quem quer que deseje compreender o seu relato da criação não deve ser levado a inquirir sobre o que poderia ter acontecido antes desse princípio, pois no início permanece somente Deus, e nada mais. Somos levados, pela Bíblia, a inquirir sobre o que aconteceu posteriormente ao início da obra criadora de Deus, porém ela na verdade não responde a todas as nossas questões!

Referências

(1) A literatura é abrangente e variada. Ver por exemplo W. Eichrodt, 1962, In the Beginning, pp. 1-10, in “Israel’s Prophetic Heritage” (New York); G. F. Hasel, 1972, Recent Translations of Genesis 1:1 : A Critical Look, “The Bible Translator” 22:154-167; E. J. Young, 1964, Studies in Genesis One (Philadelphia); N. H. Ridderbos, 1958, Genesis 1:1 und 2, “Oudtestamentische Studiën” 12:214-260; W. H. Schmidt, 1967, Die Scöpfungsgeschichte (Neukirchen); C. Westermann, 1967, Genesis BK 1/2 (Neukirchen), pp. 130-141.
(2) Esta posição incomum é considerada somente esporadicamente, e provavelmente é influenciada pelas palavras tohu wabohu (“sem forma e vazia”) no versículo 2. Ver J. Calvin, 1847, Genesis (Edinburgh), p. 70; Clarke’s Commentary, 1830, vol. 1 (New York), p. 30.
(3) Este é o ponto de vista mais comum. Ele considera “o céu e a terra” (versículo 1) como a expressão do mundo todo, o universo, ou algo semelhante. H. Gunkel, 1922, Genesis (5ª Edição, Göttingen), p. 102; J. Skinner, 1910, Genesis (New York), p. 14; Westermann, Genesis, pp. 140s.
(4) Um ponto de vista menos freqüentemente expresso, que questiona ter o Velho Testamento uma perspectiva universal, e sim uma perspectiva limitada à abóboda celeste com a terra abaixo dela. Ver Young, Studies in Genesis One. pp. 9s; U. Cassuto, 1978, A Commentary on the Book of Genesis, vol. I (Jerusalém), p. 26; B. Vawter, 1977, On Genesis : A New Reading (New York), p. 38.
(5) W. Helck e E. Otto, eds., 1975, Lexikon der Ägyptologie (Wiesbaden), pp. 1263s.
(6) Ver S. Morenz, 1973, Egyptian Religion (Londres), pp. 29s.
(7) The Assyrian Dictionary, 1958, vol. IV (Chicago), pp. 311-313.
(8) Ugaritic Textbook (Roma, 1965), pp. 366s.
(9) Ver G. Johannes Botterweck e Helemer Ringgren, eds., 1978, Theological Dictionary of the Old Testament, vol. I (Grand Rapids), p. 392.
(10) J. C. L. Gibson, 1971, Textbook of Syrian Semitic Inscriptions, vol. I (Oxford), p. 74.
(11) Recentemente, P. D. Miller, 1978, Genesis 1-11, “Journal for the Study of the Old Testament Supplement” 8:37s.
(12) A palavra hebraica “céus” (shamayim) é dual (e não simplesmente plural), indicando talvez duas regiões celestes. Ver L. I. J. Stadelmann, S. J., 1970, The Hebrew Conception of the World, “Analecta Biblica” 39:37-41 (Roma).
(13) Ver N. C. Habel, 1972, Yaweh, Maker of Heaven and Earth; A Study in Tradition Criticisms, “Journal of Biblical Literature” 71:16.
(14) Ver A. M. Honeyman, 1952, Merismus in Biblical Hebrew, “Journal of Biblical Literature” 71:16.
(15) Ver The New English Bible, The New American Bible, The New Jewish Version, Anchor Bible, versões que abandonaram a tradução tradicional “No princípio criou Deus os céus e a terra”.
(16) Ver Hasel, Recent Translations of Genesis 1:1.
(17) Ver Schmidt, Die Schöpfungsgeschichte, p. 76.
(18) O hebraico cocavim (estrelas) são corpos celestes outros que não o sol e a lua. Com base somente na palavra é possível, mas não necessária, uma distinção entre estrelas fixas e planetas. A referência feita aqui às estrelas é incidental, quase parentética, para completar o quadro. Ver Westermann, Genesis, p. 182.
(19) Este ponto de vista pressupõe uma criação anterior do universo material, e é encarada favoravelmente por cientistas que aceitam uma cronologia extensa para a matéria e uma cronologia resumida para a vida na terra.
(20) Também designada como “Teoria da Ruína e Reconstrução, de Gênesis 1:2” em W. E. Lammerts, ed., 1971, Scientific Studies in Special Creation (Philadelphia), pp. 32-40.
(21) B. Childs, 1962, Myth and Reality in the Old Testament (New York), pp. 31-43.
(22) C. D. Simpson, 1952, Genesis, “Interpreter’s Bible”, vol. I (New York), p. 468.
(23) Young, Studies in Genesis One, p. 23.
(24) Os argumentos a favor desta interpretação são tirados de relatos da criação antigos do Oriente Próximo, e de Gênesis 2:5 que usa a expressão “quando... não havia ainda nenhuma planta do campo ...etc . na terra”. Ver Westermann, Genesis, pp.141s; Ridderbos, Genesis 1:1 und 2, pp. 224-227, et al.
(25) Ver nota (1) acima.
(26) Para um acompanhamento mais completo deste assunto, ver Stadelmann, The Hebrew Conception of the World, pp. 126-154.

[Artigo publicado originalmente na Folha Criacionista nº 53 - disponível no site da Revista Criacionista]

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Bíblia e a Paleontologia

Arthur V. Chadwick
Southwestern Adventist University

Tradução: Urias Echterhoff Takatohi
Revisão: Marcia Oliveira de Paula
Marcos Natal de Souza Costa

Minha Perspectiva

Ao lidar com um tópico sujeito a tanta controvérsia e interpretação quanto este, penso que é apropriado afirmar meus próprios pressupostos no início. Farei isto de forma abreviada. Quando cursava a faculdade, tornei-me convencido de minha necessidade de Cristo e entreguei minha vida a ele, unindo-me à Igreja Adventista do Sétimo dia, devido ao meu desejo de seguir a Verdade aonde quer que ela levasse. Parecia claro para mim naquela época, e assim é ainda hoje, que a Bíblia ensina intencionalmente lições que não podemos apreender por nós mesmos. Conquanto eu acreditasse que processos racionais fossem essenciais para o estabelecimento de uma filosofia de vida, reconhecia que a razão somente não seria suficiente.

A crença em um evento de Criação Divina literal em um passado recente é uma parte de minha filosofia. Não necessito de evidências científicas para dar apoio a esta posição, mas espero que, corretamente entendidos, todos os dados científicos irão finalmente fazer sentido dentro desta estrutura. Portanto, meu objetivo ao fazer ciência, não é "provar" que um dilúvio global ocorreu, ou que a criação foi um evento literal que ocorreu há poucos milhares de anos atrás. Estes fatos são assumidos como dados. Espero que, usando estas perspectivas singulares na ciência, eu e outros assim equipados, obteremos vantagens nos "insights" que podemos ter ao abordar problemas na arena da ciência.

Há muitas questões não respondidas sobre o mundo natural como o que, como e quando. Para os cientistas, possuir mais perguntas do que respostas não é uma situação desagradável. Afinal, o papel da ciência é buscar respostas a questões do mundo natural e o que poderia ser melhor do que estar rodeado de questões não respondidas e desafiadoras? Também entendo que nem todos partilham desta perspectiva. No artigo que se segue, tentarei colocar algo daquilo que sabemos, do que podemos saber, do que não sabemos, e talvez do que não podemos saber da Bíblia e da paleontologia, sobre a história da vida na terra.

Uma das áreas singulares a serem exploradas seria dirigir esforços para a construção de um modelo do mundo antediluviano, baseado no que é conhecido a partir da Bíblia e dos melhores esforços para interpretar o mundo natural em harmonia com a Bíblia. O esforço necessário para que um tal projeto seja viável é enorme. Alguns de nós apenas iniciamos a sondagem do Cambriano, com o objetivo de entender o que foi provavelmente o início do Dilúvio do Gênesis. Estamos usando padrões de depósitos sedimentares para discriminar áreas de origem potenciais de sedimentos e fósseis, o padrão de distribuição de fósseis para tentar reconstruir os tipos ou número de habitats, e dados de paleocorrentes para tentar reconstruir os padrões de fluxo e ajudar a localizar as áreas de origem. Fica claro que um empreendimento monumental como este só poderá ser bem sucedido por meio de um esforço conjunto, bem dotado de recursos, com tantos pesquisadores bem treinados e dedicados quanto possível. Naturalmente o objetivo seria entender melhor as circunstâncias que produziram o registro fóssil, e ser capaz de explicar alguns dos detalhes difíceis de entender. Antes de decidir se tal esforço é ou não necessário ou importante, vamos revisar o outro aspecto desta apresentação, a paleontologia. (...)

[Leia o artigo na íntegra clicando aqui]

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Marina Silva 'rouba' cena na imprensa estrangeira

A candidata derrotada do Partido Verde (PV) à Presidência, Marina Silva, roubou a cena dos dois principais postuladores ao cargo nas reportagens sobre as eleições brasileiras publicadas nesta terça-feira na imprensa internacional.

Com quase 20 milhões de votos (19,2% do total) obtidos, a candidata é tratada nas reportagens e editoriais por expressões como "grande vencedora" da disputa, "fiel da balança" no segundo turno, detentora da "chave das eleições" brasileiras e de um capital político que "vale ouro".

Outros artigos interpretaram a votação maciça em Marina Silva como sinal de que a sociedade brasileira se recusou a "passar um cheque em branco" para a candidata do PT, Dilma Rousseff, apesar do alto nível de popularidade de seu mentor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Como resumiu o diário espanhol El Mundo, "tanto Dilma como (o candidato do PSDB, José) Serra eram personagens secundários" no dia seguinte às eleições, embora ambos tenham obtido, juntos, 80% dos votos.

"A única triunfadora foi Marina Silva, a ex-ministra rebelde e defensora do movimento ecologista, que protagonizou uma incrível subida na reta final da campanha", escreveu o jornal.

No artigo, denominado "Marina Silva, chave da herança de Lula", o repórter do diário espanhol diz que "o cofre que guarda a herança de Luiz Inácio da Silva permanecerá fechado por outras quatro semanas".

"Só Marina tem as chaves do cofre. Ela será o árbitro da segunda rodada."

'Injeção de vida'

Seguindo raciocínio semelhante, o também espanhol El País diz, em editorial, que "os ecologistas se converteram na formidável surpresa das eleições" brasileiras.

"O único claro é que tanto Dilma Rousseff quanto José Serra terão que negociar o programa ambientalista e a política de desenvolvimento sustentável da Amazônia defendida por Marina Silva", diz o jornal.

Na Grã-Bretanha, a votação da candidata do PV despertou entusiasmo. O The Guardian afirmou que Marina Silva se tornou "figura central" na disputa.

O austero diário financeiro Financial Times disse que a ex-ministra do Meio Ambiente foi "a única candidata que injetou vida" na disputa entre a "dama-de-ferro" (Dilma) e o "coveiro" (Serra).

"É uma reversão total do que parecia uma conclusão feita: que o país está crescendo economicamente, que os mercados estão escalando as alturas, e que a incessante campanha de Lula ao lado de Rousseff inevitavelmente lhe daria a vitória em uma bandeja."

Já o Independent publicou um editorial qualificando o desempenho de Marina Silva de "extremamente promissor".

"O futuro econômico do Brasil não pode ser comprado à custa do meio ambiente", defendeu o jornal. "Mais que nunca o mundo precisa de um Brasil verde".

'Vitalidade democrática'

Na França, o Le Monde avaliou que, embora tenha sido eliminada da disputa presidencial, Marina Silva sai como "a grande vencedora das eleições".

O jornal relata a ascensão de Marina em meio a uma campanha marcada pela falta de debate político - fator por trás do alto grau de abstenção, nulos e brancos em comparação com eleições anteriores, na visão do diário francês.

Tanto o Monde quanto o El País viram na realização do segundo turno um sinal da "vitalidade" da democracia brasileira, onde os eleitores se "recusaram a passar um cheque em branco" a qualquer um dos dois principais candidatos da disputa.

A versão europeia do Wall Street Journal avaliou que, apesar da vantagem clara de Dilma, a segunda rodada pode ser "uma eleição completamente nova" levando em conta a influência de Marina Silva, as eleições de governadores da oposição nos Estados e o tempo igual de televisão no horário político para as duas campanhas.

Registrando, como o resto da imprensa, o "tsunami verde" representado pela votação de Marina Silva, o francês Le Figaro foi o único a notar a "situação complicada" em que a candidata verde agora se encontra.

"A maioria dos dirigentes do Partido Verde apoiaria José Serra, em nome das alianças regionais costuradas entre os dois partidos. Mas um tal gesto de Marina Silva seria julgado como uma traição à esquerda."

Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Programas de governo dos presidenciáveis


Considerando a importância de uma proposta de governo que mais se adequa aos anseios da população brasileira, disponibilizo a seguir os links das propostas de governo de todos os candidatos à Presidência da República do Brasil deste ano de 2010. Analise cada uma delas e vote ainda mais consciente!

Dilma Rousseff (PT) - Proposta de Governo

Ivan pinheiro (PCB) - Proposta de Governo

José Maria Eymael (PSDC) - Proposta de Governo

José Serra (PSDB) - Proposta de Governo

Levy Fidelix (PRTB) - Proposta de Governo

Marina Silva (PV) - Proposta de Governo

Plínio Sampaio (PSol) - Proposta de Governo

Rui Pimenta (PCO) - Proposta de Governo

Zé Maria (PSTU) - Proposta de Governo

Além de outros fatores importantes (história, partido/coligação, personalidade, etc.), devemos também analisar outras ideias dos candidatos, principalmente sobre sua posição quanto à liberdade religiosa e de expressão de um modo geral; sua posição quanto à legalização do aborto; seu comprometimento com o desenvolvimento de uma sociedade igualitária em todos os aspectos (o que está longe de termos hoje); seu compromisso com as gerações futuras, por meio da defesa dos bons valores e respeito ao meio ambiente; suas crenças religiosas ou falta delas; sua visão de mundo; e outros aspectos mais que cristãos sinceros e comprometidos com a Palavra de nosso Deus e Criador devem observar.

Importante: ore a Deus pedindo entendimento para que vote nos candidatos que mais se aproximam do ideal esperado por Ele, a fim de que sejam uma bênção para o Brasil, e não uma vergonha, como muitos infelizmente já se mostraram em mandatos anteriores, tanto no executivo como no legislativo. Vota Brasil!

André Luiz Marques
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