sexta-feira, 30 de julho de 2010

Cientistas divergem sobre aquecimento antropogênico

Professores da Universidade de São Paulo (USP) apresentaram posições contrárias sobre os efeitos das ações humanas e suas consequências nas mudanças climáticas durante a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Quem assistiu à palestra “Mudanças Climáticas: Papel Antrópico” pôde presenciar a posição do professor Paulo Artaxo, que definiu o homem como um autor da alteração do clima no planeta. Por outro lado, o docente Ricardo Augusto Felício foi contrário às ideias defendidas por Artaxo. Para Felício, acreditar que o indivíduo contribui, por exemplo, para o aquecimento do planeta, é uma inverdade.

Em sua apresentação, Paulo disse que a humanidade está mudando a face do planeta e citou, ainda, que muitos especialistas já denominam essa era geológica em que vivemos como “O Antropoceno”. “Essa fase não mais é que a significativa intervenção do homem nas mudanças climáticas. Isso se refere, por exemplo, aos fenômenos naturais extremos. Hoje, pudemos verificar em várias parte do mundo, furacões constantes, chuvas em grandes proporções, entre outros acontecimentos”, enfatizou.

Entre os acontecimentos citados por Paulo Artaxo como fator que evidencia a situação preocupante em que o planeta passa é o derretimento de gelo na Groenlândia. “Esse e outros fatores atestam a mudança no clima. Não há outro modo de evitar o agravamento no clima do planeta se não combatermos, principalmente, a forma do indivíduo de se comportar diante desses fenômenos. A temperatura do planeta deverá aumentar nos próximos 100 anos entre 1,5 e 3 graus centígrados. Para evitar previsões assim precisamos tomar algumas atitudes. Entre elas, adotar melhores práticas agrícolas, evitar o desmatamento, usar veículos menos poluentes, entre outras”, citou.

Ao contrário do que acredita Artaxo, Ricardo Felício disse que, anos atrás, por volta de 1920, o aquecimento do planeta já era uma preocupação recorrente de vários cientistas. Ele comentou ainda, que apesar disso, as previsões desastrosas não se concretizaram. “Cientistas falam da ação humana e o que ela tem provocado, em termos prejudiciais, na preservação do meio ambiente. Acontece que todas as reações do planeta são normais. É comum termos, em um determinado ano, vários terremotos, e em outros não. É normal que a natureza reaja diferente em períodos diferentes. Com o passar dos anos, lugares que não eram habitados passaram a ser, isso mexe com o clima, mas é algo normal”, defendeu.

Felício falou também sobre o gás carbônico (CO2), um dos principais gases do efeito estufa. “É necessária a emissão de gás carbônico para o funcionamento do planeta. Sem ele, não existiria vida. A imposição de que a população precisa adotar medidas preventivas para se evitar o aquecimento do planeta, por exemplo, tem sempre algum interesse maior envolvido na questão. Enquanto, os países subdesenvolvidos procuram adotar ações de mitigação, os desenvolvidos continuam a emitir gases de efeitos estufa normalmente. É por isso que a reunião sobre o clima, realizada em Copenhague, não resultou em acordo entre países ricos e pobres”, finalizou.

Fonte: Inovação Tecnológica

Nota do blog Criacionismo.com.br: É bom ver que cientistas de instituições renomadas como a USP não são unânimes quanto ao papel humano no aquecimento global. Isso mostra que a demonização dos “céticos do aquecimento” promovida por um dos grupos (que tem apoio da ONU) não é justa. O aquecimento está aí; temos que lutar pela preservação da natureza; mas não podemos deixar de constatar que, como disse Felício, “tem sempre algum interesse maior envolvido na questão”. E esse interesse ECOmênico não é apenas econômico (clique aqui para ler mais sobre ECOmenismo). De fato, como constatam cientistas de ambos os lados da controvérsia, furacões constantes, chuvas em grandes proporções, além de terremotos (definitivamente não antropogênicos) e outras catástrofes têm ocorrido com maior intensidade e frequência. Os ECOmênicos continuarão usando tudo isso como meio de alimentar o medo nas pessoas e promover suas táticas de engenharia social. Mas os que conhecem as profecias bíblicas sabem que essas calamidades e muitas outras são simplesmente sinais de que a volta de Jesus se aproxima rapidamente.[MB]

domingo, 25 de julho de 2010

Cientista cria mapa de diferentes alturas de florestas

Na imagem, quanto mais escuro o verde, mais alta a floresta. Clique sobre a imagem para ampliá-la.
Imagem: Nasa/Divulgação

Um pesquisador divulgou um mapa que mostra a altura média das florestas no mundo no jornal especializado Geophysical Research Letters. O mapa deve ajudar a estimar a biomassa total das florestas do planeta, um dado importante para entender o ciclo global de carbono. As informações são da Nature.

Segundo a reportagem, o pesquisador Michael Lefsky, da Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos, utilizou três satélites da Nasa - ICESat, Terra, e Aqua - para criar o mapa. O cientista utilizou uma técnica chamada LIDAR, que estima o tamanho da árvore ao calcular o tempo que um laser emitido por satélite leva para retornar da base da árvore até seu topo.

Após analisar mais de 250 milhões de pulsos de laser, Lefsky estimou a altura de apenas 2,4% das florestas do planeta. Contudo, com esses dados ele foi capaz de generalizar os resultados de toda o globo, combinando os dados do LIDAR com outros adquiridos pelos satélites Terra e Aqua.
O mapa mostra desde as gigantescas sequóias da América do Norte, que podem podem alcançar até 115 m de altura, até árvores de florestas bem mais baixas.

Fonte: Redação Terra

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Festa com álcool, drogas e sexo promovida por estudantes de Geografia na UEM

Deu no jornal O Diário de Maringá ontem (21/07/10):

A Polícia Militar não pode entrar, sem autorização prévia, nas dependências da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o que garante ao câmpus uma condição única na geografia urbana.

Enquanto os arredores vivem sob a Lei Seca - que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos próximos a instituições de ensino superior e no período do vestibular -, a única garantia de que os universitários não estejam usando álcool dentro da universidade é a vigilância civil que faz a guarda patrimonial da UEM.

Os mais audaciosos podem até mesmo achar que o local é seguro para o uso de drogas.

A própria equipe de vigilância interna aponta que abusos são cometidos no interior da instituição.

Um relatório da Divisão de Vigilância Patrimonial, ligada à Diretoria de Serviços e Manutenção (DSM), mostra que em uma festa promovida pelo curso de Geografia no dia 10 de junho deste ano no câmpus houve uso de álcool e drogas pelos acadêmicos e convidados.

O relatório aponta ainda que os jovens chegaram a praticar sexo nas dependências da universidade. Pelo menos mil pessoas participaram do evento.

O diretor da DSM, Ozório Kunio Matsuda, afirma que recebeu o relatório descritivo da festa do dia 10 de junho e tomou as providências que cabiam ao departamento de vigilância.

"Quando acontece um caso como esse mandamos uma cópia do relatório para o departamento responsável. Como vigilantes não temos autonomia para representar contra alunos", relata Matsuda.

Ele afirma que, neste caso, a providência deve ser tomada pelo centro e o departamento específico do curso. [...]

Leia ainda: Estudantes admitem que há alguns abusos em festas.

Nota: Fico triste e envergonhado vendo colegas de curso envolvidos em escândalos como este, relatado pela vigilância da UEM. Como pode pessoas tão bem esclarecidas e inteligentes como os acadêmicos, que serão futuros professores e outros profissionais, se utilizando de drogas e outras práticas irracionais e nocivas à saúde para dar mais "prazer" à festa? Quem perde com isso é a imagem dos acadêmicos de Geografia e da própria comunidade universitária como um todo perante a sociedade, onde eu me sinto projudicado com isso, pois também curso Geografia na UEM.

Creio que muitos não sabem festar, confundindo a liberdade que têm dentro do câmpus com libertinagem. A comunidade universitária deveria ser exemplo para toda a sociedade, mas o que vejo na UEM e pelo que fico sabendo de outras universidades é que há festas tipo "cervejadas", saraus (como desculpa para driblar a administração e promover festas fora dos limites, como no caso do sarau da Geografia relatado acima) e outras. Por incrível que pareça, acontecem até mesmo festas regadas a muito álcool, drogas (se bem que o álcool também é um tipo de droga) e sexo promovidas por acadêmicos de cursos da área da saúde, tais como Medicina, Enfermagem e Farmácia. Já parou para pensar que se for tirada a bebida, as pessoas hoje já não conseguem mais festar? Se reunem em função do álcool e não para estabelecer amizades sinceras. Isso sem falar nas DSTs que correm o risco de contrair e gravidez indesejada.

A desculpa de que as pessoas bebem "socialmente" não cola, pois estudos mostram que poucas doses de cerveja ou outra bebida já embriagam, fazendo com que as pessoas ajam sem o uso da razão, muitas vezes, podendo causar acidentes de trânsito, etc. Lembrando que todo alcoólatra ou viciado em alguma outra droga começa bebendo "apenas" uma, duas doses antes de se viciar.

Tenho dúvidas se alguns colegas de curso vão conseguir "pegar o canudo", pois seus neurônios estão sucumbindo por causa da maconha, álcool e outras drogas mais pesadas ainda, sei lá. Não me refiro diretamente a colegas de classe, mas do curso em geral. Não raro, vejo alguém fumando maconha dentro do câmpus... estão protegidos por causa da lei frouxa, que impede até mesmo a polícia de agir.

Claro que esse modo de se "divertir" (ou melhor, de se destruir) é reflexo da cultura pós-moderna que temos hoje, onde se tornou proibido proibir... Já tem até lei - que está quase aprovada - para impedir os pais de corrigirem seus filhos menores, alegando que é violência... Ora, violência é um desses filhos matarem um no trânsito ou em brigas de bares porque não receberam boa educação e correção na infância. Quando se chega a esse ponto, se descobre que este mundo está em crise, pois os bons princípios que regeram a sociedade - muitos deles de origem bíblica - estão sendo trocados por outros que ainda não se sabe onde vai dar. Ou melhor, sabemos sim: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte.” (Provérbios 14:12).

Meus caros colegas de curso, da próxima vez, vamos ser manchete nos jornais pelas contribuições que damos à sociedade, por meio da construção de conhecimentos e outras boas atividades sociais. A UEM não merece ser desprestigiada por causa de algumas pessoas irresponsáveis. Vamos fazer festa sim, mas que promova a saúde e a verdadeira amizade. O dia em que vocês souberem festar eu irei participar. Não sou ninguém para ser um modelo, mas ano passado tive meu projeto de ensino noticiado no O Diário. [ALM]

terça-feira, 13 de julho de 2010

Cientistas criam modelo para estudar a 'respiração' da Terra

O ciclo de "respiração" da Terra, ou a interação entre a vegetação do planeta e a atmosfera, é peça fundamental no estudo das mudanças climáticas, mas até agora a maneira como se dá essa interação estava envolta em incertezas. A complexidade dos processos envolvidos impedia a elaboração de modelos climáticos precisos para, por exemplo, prever o clima que o mundo terá daqui a algumas décadas. Mas agora duas equipes internacionais de cientistas foram capazes de criar modelos para determinar parâmetros essenciais da respiração do planeta.

Esses modelos foram criados reunindo dados obtidos durante dez anos em 250 estações da rede Fluxnet - um projeto que acompanha o intercâmbio entre os ecossistemas terrestres e a atmosfera. Segundo os modelos, as plantas absorvem 122 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono por fotossíntese a cada ano - 34% deste total é absorvido pelas florestas tropicais, 26% pelo cerrado, mesmo que estas últimas ocupem o dobro do território.

Um segundo estudo mostra que a quantidade de CO2 exalado por ecossistemas não só depende de variações de temperatura, mas também da água disponível. Especialistas explicam que estes dois estudos são essenciais para melhorar a compreensão das alterações climáticas, porque, como afirmam os cientistas do Instituto de pesquisas Max Planck, na Alemanha, "o clima é muito temperamental, muitos fatores estão envolvidos e vários mecanismos de interação potencializam processos como o dos gases de efeito estufa provenientes da atividade humana".

Graças a medidas contínuas que foram tomadas em diferentes partes do mundo pelas estações da Fluxnet, os cientistas conseguiram dados sobre a quantidade de carbono fixado na fotossíntese das plantas e como elas liberam este mesmo carbono na chamada 'respiração'. Os resultados das investigações das duas equipes, lideradas por cientistas do Max Plank, foram divulgados na revista Science.

O trabalho desses pesquisadores não só permite uma avaliação global do CO2 que é fixado na fotossíntese das plantas (conhecida como a Produção Primária Bruta, ou GPP, na sigla em inglês), mas também detalha a sua distribuição espacial. "O GPP contribui para o bem-estar humano, como base para a produção de alimentos, fibras e produção de madeira. Além disso, juntamente com a respiração das plantas, é um dos principais processos de controle do intercâmbio de CO2 entre o solo e a atmosfera, dando aos ecossistemas terrestres a possibilidade de compensar, em parte, as emissões de origem humana", disse o cientista Christian Beer em entrevista à Science.

O segundo estudo centra-se diretamente na respiração dos ecossistemas e os fatores que a acentuam. Embora tenha havido especulações sobre a influência marcante das mudanças de temperatura neste processo metabólico pelo qual os organismos devolvem o CO2 para a atmosfera, os resultados apresentados até agora surpreendem até mesmo os autores da pesquisa: a respiração dos ecossistemas é pouco sensível às mudanças na temperatura do ar, mas é muito sensível às precipitações.

A equipe do pesquisador Michael D. Mahecha analisou 60 diferentes ecossistemas e considerou que "a disponibilidade de água desempenha um papel determinante no ciclo de carbono dos ecossistemas." Eles analisaram savanas, áreas de florestas tropicais, os ecossistemas agrícolas e os bosques da Europa Central e ficaram muito surpresos com o fato de que todos eles reagem de forma muito similar às mudanças de temperatura.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A verdadeira idade da Terra (parte 1/7)


Veja a sequência do estudo selecionando as outras partes no menu que aparece no final de cada apresentação.

Impressões digitais da criação (parte 1/3)


Veja a sequência do estudo selecionando as outras partes pelo menu que aparece no final de cada apresentação.

"Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão."

Darwinismo social, racismo e imperialismo

[A seguir, apresento um trecho interessantíssimo do livro O Imperialismo, escrito pelo já falescido (2007) Dr. Héctor H. Bruit, que foi doutor pela USP, Livre Docente pela UNICAMP e pesquisador do Centro de Memória da UNICAMP. Li este livro como parte do material a ser estudado na disciplina de Organização do Espaço Mundial, do curso de Geografia - UEM. O trecho se refere a uma análise de um dos principais fatores que motivaram a expansão colonial dos países imperialistas (em especial, a partir do século XIX), o darwinismo social, que deu base para a repugnante ideia da superioridade racial]

(...) Também é necessário lembrar outras motivações que, parcialmente, constituem outras tantas explicações do processo de colonização mundial. Assim, foi notória a visão de que a colonização era uma missão civilizadora de uma raça superior, a branca. Esta convicção baseava-se na superioridade que o europeu e o americano viam em suas instituições políticas, na organização da sociedade, no desenvolvimento industrial. Ao mesmo tempo, esta imagem era estimulada por doutrinas marcadamente racistas, como a elaborada pelo filósofo inglês H. Spencer, conhecida por "darwinismo social". Segundo essa filosofia, a Teoria da Evolução de Darwin podia ser aplicada perfeitamente à evolução da sociedade. Assim como existia uma seleção natural entre as espécies, ela também existia na sociedade. A luta pela sobrevivência entre os animais correspondia à concorrência capitalista; a seleção natural não era nada além da livre troca dos produtos entre os homens; a sobrevivência do mais capaz, do mais forte era demonstrada pela forma criativa dos gigantes da indústria que engoliam os competidores mais fracos, em seu caminho para o enriquecimento. O sucesso dos negócios demonstrava habilidade superior de adaptação às mudanças; o fracasso indicava capacidade inferior. Por estas razões, a intervenção do Estado era prejudicial, já que interrompia o processo pelo qual a natureza impessoal premiava o forte e eliminava o fraco.

Em outras palavras, se a luta pela existência resultava na sobrevivência e predomínio dos animais e plantas mais capazes, como afirmara Darwin, uma luta semelhante se produzia entre as raças humanas e as nações com idênticos resultados. Esta dura concorrência em âmbito internacional, que justificava a conquista e destruição de sociedades inferiores, era feita em nome do progresso.

Um autor da época, Edmond Desmolins, escrevendo sobre o conflito com os boêres da região do Cabo, na África, formula a questão da seguinte forma:

"Quando uma raça se mostra superior a outra nas manifestações da vida nacional, de modo inevitável, termina por dominar a vida política e impor, de modo permanente, sua superioridade. Seja que esta superioridade se reafirme por meios pacíficos, seja pela força das armas, chega um momento em que fica estabelecida oficialmente. Afirmei que esta lei é a única que explica a história da raça humana e as revoluções dos impérios e que, além disso, esclarece e justifica a apropriação, pelos europeus, do territórios da Ásia, África e Oceania, e todo o processo de nosso desenvolvimento colonial".

Escrevendo sobre a vida e façanhas de Hubert Hervey, alto funcionário da British South African Chartered Co., o conde Grey acaba concluindo que o branco, e particularmente o inglês, é o único que sabe governar, o que lhe outorga direitos indiscutíveis para dominar as raças de cor evidentemente inferiores:

"Provavelmente todo mundo estará de acordo que um inglês tem direito a considerar que sua forma de entender o mundo e a vida é melhor que a de um hotentote ou um maori e ninguém se oporá, em princípio, a que a Inglaterra faça o possível para impor a estes selvagens os critérios e modos de pensar ingleses, posto que são melhores e mais elevados. Há alguma probabilidade, por remota que seja, de que num futuro previsível possa desaparecer o abismo que agora separa os brancos dos negros? Pode haver alguma dúvida de que o homem branco deve impor e imporá sua civilização superior sobre as raças de cor?..."

No entanto, como os darwinistas sociais estabeleceram, não só o branco é superior ao homem de cor, como tem o direito indiscutível de apoderar-se de tudo o que o negro, o índio e o amarelo não sabem usar convenientemente. Este princípio é usado em nome da humanidade e não se discutem os meios. A natureza foi injusta porque repartiu de forma desigual os recursos, deixando em mãos de povos inferiores riquezas que os povos mais capacitados não podem aproveitar. É justo que tal estado de coisas se prolongue indefinidamente? Esta é a pergunta que se formula um dos mais intransigentes defensores do imperialismo francês, Albert Sarrault, respondendo que, em nome da humanidade, esta injustiça não pode ser admitida. A desigualdade criada pela natureza deve ser eliminada em nome da humanidade, ainda que isto crie a desigualdade entre os homens.

Em um livro publicado em 1931, Grandeza y servidumbres coloniales, Sarrault expôs seus argumentos com fria e cega convicção. Vejamos alguns trechos:

"Em nome do direito de viver da humanidade, a colonização, agente da civilização, deverá tomar a seu encargo a valorização e a circulação das riquezas que possuidores fracos detenham sem benefício para eles próprios e para os demais. Age-se, assim, para o bem de todos. A Europa não abandonará, absolutamente, sua autoridade colonial. Apesar de alguns perigos e de algumas servidões que a Europa deve suportar e de algumas compulsões para abdicar que recebe, não deve desertar de sua linha colonial. Ela está no comando e no comando deve permanecer. Eu nego com todas minhas forças e repudio com toda a energia de meu coração todas as tendências que procuram, tanto para a Europa como para meu país, o despejo da tutela ocidental nas colônias".

Representantes da Igreja defenderam este princípio de "direito de colonização" que na realidade é um "direito à violência" contra o mais fraco [isso aconteceu porque aqueles foram cegados pela tradição, se esquecendo da Palavra de Deus, a Bíblia. Lembrando, por exemplo, os erros cometidos pelos jesuítas: Primeiro desconsideraram os indígenas como sendo gente (baseados em concepções erradas sobre o que vem a ser alma), apoiando sua tentativa de escravização junto aos outros colonizadores; depois, procuraram os catequizar por meios errados, à força e não pela paz que emana do evangelho em si, que diz que todos somos iguais perante Deus e somos livres para aceitar ou não o plano da Salvação em Cristo Jesus]. E isto não é surpreendente, pois a teologia [apóstata] espanhola do século XVI formulou toda uma teoria para justificar a conquista da América. Alguns dos princípios formulados por Francisco de Vitoria em Relecciones teológicas, particularmente o da "guerra justa", serão retomados por leigos e eclesiásticos da época do imperialismo moderno. Por exemplo, as seguintes palavras do reverendo padre Müller, transcritas por um católico defensor do imperialismo francês, J. Folliet, doutor em filosofia tomista:

"A humanidade não deve, nem pode aceitar mais que a incapacidade, a negligência, a preguiça dos povos selvagens deixem indefinidamente sem emprego as riquezas que Deus lhes confiou, com a missão de utilizá-las para o bem de todos. Se forem encontrados territórios mal-administrados por seus proprietários, é direito das sociedades — prejudicadas por esta administração defeituosa — tomar o lugar destes administradores incapazes e explorar, em
benefício de todos, os bens dos quais eles não sabem tirar partido".

Poder-se-ia pensar que estas idéias não passavam de simples curiosidades arqueológicas européias, mas, em um país tão novo como os Estados Unidos, a visão racista da colonização foi alimento nacional. Ali, a doutrina do Destino Manifesto, inspirada do darwinismo social, serviu para justificar todo o expansionismo do século XIX, primeiro contra os índios para conquistar as terras do Oeste, depois para construir um império econômico e político no ultramar.

A doutrina era uma espécie de sentimento com vistas a um objetivo final, com a proteção da Divina Providência [Deus não tinha nada que ver com isso, obviamente. a Bíblia, bem lida, sempre demonstrou isso. Saiba que Ellen White, precursora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que viveu no século XIX e início do XX, nos Estados Unidos, não defendia o racismo e ensinava isso a todos que tinha acesso. Clique aqui, aqui e aqui para constatar]. Em 1885, o pastor Josiah Strong escreveu que os anglo-saxões estavam encarregados pela divindade de ser os guardiães da espécie humana e que Deus os havia preparado para a guerra final entre as raças [Strong era o pastor ou o lobo?]. Os anglo-saxões deviam estender-se sobre toda a superfície terrestre, começando pelo México, América Central e do Sul, sobre a África e sobre todo o mundo. (...)

[Páginas: 8-12]

Referência:

BRUIT, Héctor H. O imperialismo. Atual: São Paulo, 1999.

Resumo do livro: aqui.

Nota: Lembro que a ideia geral do criacionismo bíblico é a igualdade entre todos, independente de condição ou raça; já para o darwinismo, isso é indiferente, pois a "lei" da sobrevivência do mais forte é que determina a prevalência ou não de uma espécie ou subespécie. O Holocausto promovido por Hitler teve influência do darwinismo social, como muitos sabem, sendo que matou muito mais gente que a Igreja, no período das Cruzadas e Inquisição somadas, por exemplo (não estou defendendo a ICAR, pelo contrário, mas expondo apenas a realidade). De fato, a relação dialética na natureza vem ocorrendo, mas não foi sempre assim, pois a Bíblia diz que a Terra teve que ser amaldiçoada por causa do pecado do homem. Mas o homem, consciente disso e buscando voltar aos princípios da vida, deve procurar a harmonia com tudo e todos que o cercam, conforme orientações de Deus. Um dia essa dialética vai acabar, com a criação de novos céus e nova Terra, segundo a esperança na breve vinda de nosso Criador, Salvador e futuro Restaurador, Jesus. [ALM]

Leia também: A Bíblia não apoia a escravidão

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Vida complexa surgiu há "2 bilhões de anos"



Cientistas [darwinistas] disseram ter encontrado no Gabão o que pode ser o fóssil da primeira forma de vida multicelular da terra.

Em artigo publicado na revista Nature nesta quinta-feira, os pesquisadores falaram da descoberta dos fósseis que teriam aproximadamente 2,1 bilhões de anos, 200 milhões a mais do que os fósseis mais antigos encontrados até agora.

Os fósseis têm um formato irregular e se parecem com “biscoitos enrugados”, segundo o coordenador da pesquisa, Abderrazak El Albani, da Universidade de Poitiers, na França.
Fósseis

Cientistas dizem que células se desenvolveram de forma coordenanda

A transição de organismos unicelulares para multicelulares foi um passo crucial na evolução da vida na Terra e abriu caminho para o surgimento de todos os organismos complexos, incluindo plantas e animais.

A grande questão é se os fósseis encontrados na África tinham células que cresceram de maneira coordenada ou se são apenas conjuntos de várias bactérias unicelulares.

A equipe escreveu na Nature que as análises das estruturas dos fósseis usando uma técnica chamada microtomografia de raios X indicam que se trata mesmo de vida multicelular.

Os fósseis existiram durante um período na história da Terra que veio pouco depois do que foi chamado de “Grande Evento da Oxidação”, quando concentrações de oxigênio livre na atmosfera cresceram rapidamente.

Fonte: BBC Brasil

Nota do blog Desafiando a Nomenklatura Científica: Pobre, pobrecito Darwin. Se a explosão Cambriana já era um pé no saco teórico de Darwin, imaginem vida multicelular há [mais de] 2 bilhões de anos atrás. Possíveis reações da Nomenklatura científica: Nós não esperávamos encontrar tanta complexidade neste período. Isso vai lançar luz na origem e evolução da vida multicelular, talvez não a preconizada pelo gradualismo darwiniano, mas Darwin já tinha preconizado essa possibilidade, y otras cositas mais.

Gente, o que precisa ser encontrado são os quintilhões de quintilhões de elos transicionais para corroborar o fato, Fato, FATO da evolução, mas isso o registro fóssil se recusa em fornecer. O que temos não é ciência, mas retórica vazia para a manutenção do dogma darwiniano. E ai de quem mijar fora do caco de Down...

Fui, nem sei por que, pensando que o registro fóssil tem fósseis que a razão darwiniana teima desconhecer intencionalmente como uma grave anomalia que a teoria não responde com a robustez exigida pelo contexto de justificação teórica.
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