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domingo, 30 de novembro de 2014
Isaac & Charles: camadas de preconceito
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sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Conteúdos de aulas sobre a Guerra Fria - Ensino Fundamental
Conteúdos de aulas de Pré-história e História Antiga - Ensino Médio
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Terra tem "escudo invisível" contra radiação cósmica
Em busca de uma explicação para o escudo antirradiação, a equipe está centrando as atenções na plasmafera (em roxo), uma nuvem de gás carregado que circunda a Terra. [Imagem: NASA/Goddard] |
Cientistas de uma missão da NASA se dizem perplexos com o que acabam de descobrir: um escudo antirradiação em torno da Terra que é uma verdadeira "barreira impenetrável no espaço" - ao menos para partículas cósmicas de alta energia.
Os cinturões de Van Allen, anéis de partículas carregadas mantidos pelo campo magnético da Terra, são conhecidos há décadas. Mais recentemente, as duas sondas gêmeas Van Allen (a missão originalmente se chamava RBSP (Radiation Belt Storm Probes) descobriram um novo cinturão de radiação ao redor da Terra.
Mas o que estas mesmas sondas descobriram agora é diferente.
Embora os cinturões de Van Allen protejam a Terra de grande parte da radiação espacial, os cientistas acreditavam que a radiação mais forte, consistindo de elétrons de energia muito alta, só era barrada aos poucos, conforme as partículas se aproximavam e colidiam com os átomos da atmosfera.
Escudo protetor da Terra
O que os instrumentos das duas sondas revelaram é algo bem diferente: há um verdadeiro "escudo invisível" nas imediações dos cinturões de Van Allen que simplesmente não permite a penetração dos elétrons de alta energia - a radiação mais perigosa não apenas para os satélites de comunicação e para os astronautas em órbita da Terra, mas também para a própria vida na superfície.
"Esta barreira contra elétrons ultrarrápidos é uma característica surpreendente dos anéis. Nós fomos capazes de estudá-la pela primeira vez porque nós nunca havíamos feito uma medição precisa desses elétrons de alta energia," disse Daniel Baker, da Universidade do Colorado, que chamou a nova barreira protetora de "escudo invisível tipo Jornada nas Estrelas".
Os elétrons de alta energia são bruscamente contidos pelo escudo protetor. [Imagem: D. N. Baker et al. - 10.1038/nature13956] |
"É quase como se esses elétrons estivessem batendo em uma parede de vidro no espaço. Mais ou menos como os escudos criados por campos de força em Jornada nas Estrelas eram usados para repelir armas alienígenas, estamos vendo um escudo invisível bloqueando esses elétrons. É um fenômeno extremamente intrigante," disse Baker.
Partículas espaciais
Ainda não há uma explicação sobre o que e como se forma essa barreira protetora.
A equipe já descartou a ação do campo magnético terrestre que mantém os anéis antirradiação já conhecidos - os elétrons de alta energia são bloqueados à mesma altitude mesmo em pontos onde o campo magnético da Terra é mais fraco -, bem como as ondas eletromagnéticas das transmissões de dados feitas pelo homem e o formato muito pronunciado dos anéis de radiação, que também foi descoberto pelas sondas Van Allen.
Segundo nota emitida pela NASA sobre a descoberta, a explicação mais provável para a constituição do "escudo invisível" são outras "partículas espaciais" ainda desconhecidas ou não detectadas.
Partículas espaciais
Ainda não há uma explicação sobre o que e como se forma essa barreira protetora.
A equipe já descartou a ação do campo magnético terrestre que mantém os anéis antirradiação já conhecidos - os elétrons de alta energia são bloqueados à mesma altitude mesmo em pontos onde o campo magnético da Terra é mais fraco -, bem como as ondas eletromagnéticas das transmissões de dados feitas pelo homem e o formato muito pronunciado dos anéis de radiação, que também foi descoberto pelas sondas Van Allen.
Segundo nota emitida pela NASA sobre a descoberta, a explicação mais provável para a constituição do "escudo invisível" são outras "partículas espaciais" ainda desconhecidas ou não detectadas.
Bibliografia:
An impenetrable barrier to ultrarelativistic electrons in the Van Allen radiation belts
D. N. Baker, A. N. Jaynes, V. C. Hoxie, R. M. Thorne, J. C. Foster, X. Li, J. F. Fennell, J. R. Wygant, S. G. Kanekal, P. J. Erickson, W. Kurth, W. Li, Q. Ma, Q. Schiller, L. Blum, D. M. Malaspina, A. Gerrard, L. J. Lanzerotti
Nature
Vol.: 515, 531-534
DOI: 10.1038/nature13956
An impenetrable barrier to ultrarelativistic electrons in the Van Allen radiation belts
D. N. Baker, A. N. Jaynes, V. C. Hoxie, R. M. Thorne, J. C. Foster, X. Li, J. F. Fennell, J. R. Wygant, S. G. Kanekal, P. J. Erickson, W. Kurth, W. Li, Q. Ma, Q. Schiller, L. Blum, D. M. Malaspina, A. Gerrard, L. J. Lanzerotti
Nature
Vol.: 515, 531-534
DOI: 10.1038/nature13956
Fonte: Inovação Tecnológica
Nota: Somado ao próprio campo magnético, à atmosfera, à Lua, aos planetas externos e aos bilhões de astros entre a Terra e o centro da nossa galáxia, esse escudo recém descoberto é mais uma clara evidência de design inteligente assombroso que protege a Terra contra radiação e corpos celestes que vagueiam pelo espaço. São escudos finamente ajustados para a função que exercem, que é a de possibilitar a vida na Terra, algo que até então não tem algo parecido no Universo. É uma raridade, não sendo provável encontrar, todas juntas e ao mesmo tempo, em um planeta qualquer. Só a Terra tem tudo isso e muito mais. Uma obra-prima do Criador dos céus e da Terra! E querem nos fazer acreditar que toda essa beleza é obra do acaso... pode? [ALM]
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terça-feira, 18 de novembro de 2014
Mapa da NASA mostra impactos de asteroides na Terra
Os pontos em laranja são eventos registrados durante o dia, enquanto os pontos azuis são eventos registrados à noite. [Imagem: Planetary Science] |
A NASA divulgou um mapa mostrando o impacto de asteroides na Terra.
A quase totalidade deles era de pequeno porte, entre 1 e 20 metros de diâmetro, desintegrando-se ao entrar em contato com a atmosfera, gerando apenas um meteoro (o fenômeno luminoso, também conhecido como estrela cadente) sem que nenhum meteorito chegasse ao solo.
O mapa contém os dados disponíveis de 1994 a 2013, somando 556 eventos - o mapa não cobre todos os impactos de asteroides contra a atmosfera da Terra, mas apenas aqueles detectados pelos SISTEMAS DE RASTREAMENTO.
Os dados revelam que os impactos distribuem-se aleatoriamente ao redor de todo o globo, com poucas áreas menos atingidas - como o Brasil.
Energia de impacto
Os pontos em laranja são eventos registrados durante o dia, enquanto os pontos azuis são eventos registrados à noite.
Em cada um dos casos a dimensão do ponto é proporcional ao brilho do meteoro, a energia óptica irradiada, medida em bilhões de Joules, que é então convertida em energia total do impacto.
Por exemplo, o menor ponto representado no mapa equivale a 1 bilhão de Joules (1 GJ), que pode ser expressa em termos de uma energia de impacto de 5 toneladas de dinamite. Da mesma forma, os pontos representando 100, 10.000 e 100.000 GJ correspondem a energias de impacto de 300, 18.000 e 1.000.000 de toneladas de dinamite, respectivamente.
O maior evento registrado em todo o período corresponde ao meteoro de Chelyabinsk, que explodiu sobre a Rússia em 15 de Fevereiro de 2013, com uma energia calculada entre 440.000 e 500.000 toneladas de dinamite - calcula-se que o asteroide tinha cerca de 20 metros de diâmetro, sendo o maior registrado no mapa.
Fonte: Inovação Tecnológica
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Por que você deve pensar bem antes de comprar uma roupa irrealisticamente barata?
Por Livia Firth e Monique Villa*
Na última década, além de roupas baratas, tem nos sido vendido um mito: o de que comprar uma camisa por U$ 2 é um direito de nossos tempos. A verdade é que não há nada de democrático no princípio de comprar roupas por preços irrealistas. A equação é simples: se queremos que as coleções cheguem mais rápido às prateleiras, os produtores têm de trabalhar mais e mais rápido; se queremos que nossas roupas custem menos, então o custo da produção – e os salários – têm de ser menores.
Para atender ao que se tornou uma corrida global pela chamada “fast-fashion” (o fast-food da moda), marcas passaram a exigir a troca constante de novas coleções, os estoques são mantidos intencionalmente baixos para impulsionar as compras, e a rede de fornecedores têm de responder às últimas tendências, trocando a produção em questão de horas. Como resultado, as roupas estão mais baratas e perecíveis do que nunca, alimentando os ganhos da indústria de vestuário, de U$ 3 trilhões ao ano.
No ano passado, o colapso do prédio Rana Plaza, em Bangladesh, onde funcionava um complexo de fabriquetas – que produziam roupas para as mais populares marcas do Ocidente – deixou quase 1.200 trabalhadores mortos, no maior acidente industrial em 30 anos, e colocou em evidência os custos humanos da “fast-fashion”, um alerta para que o público começasse a fazer uma pergunta importante: quem está por trás das roupas que vestimos?
A resposta está frequentemente ligada a uma dinâmica complexa, um mecanismo de exploração que funciona na base da cadeia moderna de suprimentos, e que tem suas raízes na pobreza, negligência e, mais do que tudo, na corrupção, o combustível que abastece a escravidão moderna.
De acordo com a organização Walk Free, há pelo menos 30 milhões de pessoas escravizadas no mundo, o maior número na história. Infelizmente, o tráfico de pessoas é um negócio que cresce rapidamente e movimenta quase U$150 bilhões ao ano, mais do que o PIB da maioria dos países africanos e três vezes os lucros anuais da Apple.
Escravidão é um assunto global, que vai além da indústria da moda. Relatórios recentes destacam o apelo de nepaleses que trabalham na construção civil no Qatarpor U$ 0,75 a hora em jornadas de 20 horas e de imigrantes burmaneses na Tailândia que são traficados, brutalmente espancados e escravizados para pescar em alto mar o camarão que chega aos nossos pratos.
Hoje, se comparado o PIB de países com o lucro de corporações globais, percebe-se que estas são maiores e mais poderosas que muitos governos. No entanto, essas entidades transnacionais são pouco questionadas. As cadeias de suprimentos estão se tornando cada vez mais longas e complexas e frequentemente transferem sua responsabilidade à certificação de terceirizados que, na realidade, não garantem muita coisa. Mesmo quando as empresas querem fazer a coisa certa, muitas vezes não sabem o que se passa exatamente em suas cadeias de suprimentos.
E há a corrupção. Muitas das fábricas em Bangladesh, onde os trabalhadores mal pagos perderam suas vidas, assim como centenas de fábricas indianas, onde as meninas são vítimas de trabalho forçado, foram “eticamente auditadas”. Mas algumas destas auditorias não são nada mais do que negócios lucrativos e fraudulentos administrados por empresas impostoras locais contratadas por grandes multinacionais.
Segundo a ONU, tanto os governos como as empresas compartilham um princípio de responsabilidade. Em outras palavras, os Estados têm a obrigação de estabelecer salários mínimos legais justos e as empresas devem pagar os salários em conformidade. Mas a ONU também afirma claramente que, se os governos não conseguem garantir padrões salariais adequados, as empresas têm a obrigação de respeitar o direito humano a um salário mínimo e, portanto, devem estar prontas para tomar a iniciativa nesse sentido.
Uma economia cada vez mais global exige normas e regulamentos internacionais.
Temos normas rígidas e bem definidas de segurança e de regulamentação em toda a indústria da aviação, por que não deveríamos ter medidas universais para manter a escravidão fora das cadeias de abastecimento?
Mas a regulamentação global não é certamente a única resposta. Na verdade, se usarmos o mercado como uma força para o bem, poderíamos ver a mudança em um ritmo muito mais acelerado. Os governos podem levar anos para aprovar leis, e talvez nunca aplicá-las, enquanto as grandes empresas têm a capacidade de pagar preços de produção mais justos e realistas imediatamente, impactando todo o mercado e mudando a vida de milhões de indivíduos com a decisão simples de retribuir de forma adequada seus trabalhadores.
Um salário digno é um direito humano e é fundamental que os consumidores estejam plenamente conscientes do poder em suas mãos. Nós estaremos no caminho certo somente quando olharmos para um vestido de U$ 8 como um alerta vermelho e não como um bom negócio.
* Livia Firth é diretora de criação Eco Age e Monique Villa é CEO daFundação Thomson Reuters. A escravização de pessoas na cadeia produtiva é um dos temas da Conferência Trust Women, que reúne organizações, corporações e governos para discutir a aplicação e o avanço de leis pelos direitos das mulheres. O jornal Estado é parceiro da conferência, que ocorre em Londres nos dias 18 e 19 de novembro. O artigo foi escrito com exclusividade no Brasil para o blog Do Front.
Foto: Reuters
Fonte: Estadão
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Palestra sobre Mobilidade Urbana
Palestra sobre Mobilidade Urbana ministrada hoje no Museu Municipal de São José dos Pinhais. Meus alunos e eu estivemos presentes. Mais uso da bicicleta e do transporte coletivo é a solução para o caos no trânsito hoje em dia. 11/11/14
domingo, 9 de novembro de 2014
Pedaço de continente está submerso no Atlântico
Há mesmo uma grande porção continental submersa no fundo do Oceano Atlântico, o que muda as teorias aceitas até agora sobre como se deu a separação entre América do Sul e África. Em 2011, geólogos colheram amostras de granito, um tipo de rocha continental, da Elevação do Rio Grande, uma cadeia de montanhas submersas a cerca de 1.300 quilômetros (km) do litoral do Rio Grande do Sul. Até então, eles acreditavam que essas montanhas seriam resultado da formação doassoalho oceânico e de erupções vulcânicas, portanto formadas por outro tipo de rocha. Dois anos depois, por meio de um submarino, foram recolhidas outras amostras de rochas típicas de formações continentais, cuja análise reforçou a hipótese de que essa região do Atlântico Sul poderia de fato ser um pedaço de continente que teria submergido durante a separação da América do Sul e da África, iniciada há 120 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista].
A conclusão deu valor econômico à Elevação do Rio Grande. Em julho passado, o governo federal recebeu a autorização para levar adiante o plano de exploração de jazidas de cobalto dessa região, situada em águas internacionais, e a possibilidade de ali haver reservas de outros minerais, como níquel, manganês e terras-raras tornou-se mais concreta. Cresceu também seu valor científico, por servir de argumento adicional para a hipótese de que a separação da América do Sul da África foi mais complicada e fascinante do que se pensava. [Quem sabe catastrófica...]
Agora já parece haver um consenso entre os geólogos de várias partes do mundo de que os grandes blocos de rochas - ou microplacas, uma referência às placas tectônicas continentais - que formam os dois continentes e o assoalho oceânico não se afastaram como duas partes de uma folha rasgada, mas se esticaram, quebraram-se e se posicionaram caoticamente. Algumas partes podem ter ficado no meio do caminho e afundado, enquanto outras se afastavam e se misturavam, formando um imenso mosaico que agora se torna um pouco mais claro.
As rochas coletadas da Elevação do Rio Grande - granitos, granulitos, gnaises e pegmatitos - devem ter de 500 milhões a 2,2 bilhões de anos [idem], de acordo com as análises de equipes da Universidade de Brasília e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). “As idades não estão fora do que encontramos na América do Sul e na África”, diz Roberto Ventura Santos, da CPRM. Segundo ele, os levantamentos sísmicos indicaram que a espessura da crosta é de cerca de 30 km na região da Elevação Rio Grande, “típica de crosta continental e não oceânica”, reiterando a conclusão de que se trata de um resquício de continente.
Essa descoberta, uma das mais espetaculares da geologia brasileira dos últimos tempos, trouxe algumas dúvidas. Pensava-se que as duas cadeias montanhosas do Atlântico Sul, a Rio Grande e a Dorsal Atlântica, tivessem se formado na mesma época, mas agora se cogita que pode não ter sido assim. E quais são os efeitos da Elevação do Rio Grande? Uma cadeia com montanhas de 3.200 metros de altura no fundo do Atlântico Sul, cujo topo está a apenas 800 metros de profundidade, deve formar barreiras para a circulação oceânica, mas ainda não se sabe ao certo como.
Ventura acredita que algumas respostas podem vir à tona com a análise de uma coluna com 70 metros de sedimentos do fundo do mar, que, espera-se, permitirá a reconstituição de fenômenos climáticos e geológicos dos últimos sete milhões de anos [idem]. “A identificação de rochas continentais na Elevação do Rio Grande muda o quadro da evolução do Atlântico Sul, que se formou com a separação dos dois continentes”, comenta o geólogo Peter Christian Hackspacher, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro.
Há quase 20 anos, por meio de pesquisas de campo no Sudeste e Sul do Brasil, na Namíbia e em Angola, ele examina os sinais das possíveis forças que levaram à separação da América do Sul e da África.
Suas conclusões reforçam a contestação do modelo tradicional, segundo o qual as linhas de costa dos dois continentes, representando os blocos de rochas que os formaram, poderiam se encaixar. Há um encaixe na costa do Nordeste com o Oeste da África, mas em outras regiões, como o litoral do Rio de Janeiro, parecem faltar partes do quebra-cabeça de rochas.
Fonte: Inovação Tecnológica
A conclusão deu valor econômico à Elevação do Rio Grande. Em julho passado, o governo federal recebeu a autorização para levar adiante o plano de exploração de jazidas de cobalto dessa região, situada em águas internacionais, e a possibilidade de ali haver reservas de outros minerais, como níquel, manganês e terras-raras tornou-se mais concreta. Cresceu também seu valor científico, por servir de argumento adicional para a hipótese de que a separação da América do Sul da África foi mais complicada e fascinante do que se pensava. [Quem sabe catastrófica...]
Agora já parece haver um consenso entre os geólogos de várias partes do mundo de que os grandes blocos de rochas - ou microplacas, uma referência às placas tectônicas continentais - que formam os dois continentes e o assoalho oceânico não se afastaram como duas partes de uma folha rasgada, mas se esticaram, quebraram-se e se posicionaram caoticamente. Algumas partes podem ter ficado no meio do caminho e afundado, enquanto outras se afastavam e se misturavam, formando um imenso mosaico que agora se torna um pouco mais claro.
As rochas coletadas da Elevação do Rio Grande - granitos, granulitos, gnaises e pegmatitos - devem ter de 500 milhões a 2,2 bilhões de anos [idem], de acordo com as análises de equipes da Universidade de Brasília e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). “As idades não estão fora do que encontramos na América do Sul e na África”, diz Roberto Ventura Santos, da CPRM. Segundo ele, os levantamentos sísmicos indicaram que a espessura da crosta é de cerca de 30 km na região da Elevação Rio Grande, “típica de crosta continental e não oceânica”, reiterando a conclusão de que se trata de um resquício de continente.
Essa descoberta, uma das mais espetaculares da geologia brasileira dos últimos tempos, trouxe algumas dúvidas. Pensava-se que as duas cadeias montanhosas do Atlântico Sul, a Rio Grande e a Dorsal Atlântica, tivessem se formado na mesma época, mas agora se cogita que pode não ter sido assim. E quais são os efeitos da Elevação do Rio Grande? Uma cadeia com montanhas de 3.200 metros de altura no fundo do Atlântico Sul, cujo topo está a apenas 800 metros de profundidade, deve formar barreiras para a circulação oceânica, mas ainda não se sabe ao certo como.
Ventura acredita que algumas respostas podem vir à tona com a análise de uma coluna com 70 metros de sedimentos do fundo do mar, que, espera-se, permitirá a reconstituição de fenômenos climáticos e geológicos dos últimos sete milhões de anos [idem]. “A identificação de rochas continentais na Elevação do Rio Grande muda o quadro da evolução do Atlântico Sul, que se formou com a separação dos dois continentes”, comenta o geólogo Peter Christian Hackspacher, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro.
Há quase 20 anos, por meio de pesquisas de campo no Sudeste e Sul do Brasil, na Namíbia e em Angola, ele examina os sinais das possíveis forças que levaram à separação da América do Sul e da África.
Suas conclusões reforçam a contestação do modelo tradicional, segundo o qual as linhas de costa dos dois continentes, representando os blocos de rochas que os formaram, poderiam se encaixar. Há um encaixe na costa do Nordeste com o Oeste da África, mas em outras regiões, como o litoral do Rio de Janeiro, parecem faltar partes do quebra-cabeça de rochas.
Fonte: Inovação Tecnológica
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